terça-feira, 21 de abril de 2015

a música vai ficando menor a cada percy que se vai

percy não mais mostrará seus dentes afastados entre as notas que planavam naquele sorriso maroto que avisava: aqui está um músico que ama e se diverte com a música sendo ele música pura, coisa cada vez mais rara em nossos dias. 

convenhamos que não é pouco. num mundo de sorrisos falsamente branqueados(eca!), idem dos dentes alinhados milimetricamente mas que não disfarçam bocas malignas, e sua predisposição de dilacerar a face de quem na suas imperfeições consegue ser perfeito. tente imaginar o sledge sem aquele diastema. não dá, não dá mesmo. 

isto posto, se não sabe, percy morreu há poucos dias, aos 73 anos. poucas as notas na imprensa(não vou chamar a web de imprensa também) para alguém realmente importante ao contrário da profusão dedicada a gente sem a menor importância. e todas elas a tratar percy como homem de uma música só(when a man loves a woman) o que é a mais pura sacanagem para um soul r&b man; e de uma falta de respeito que desafina o peito de quem o amava como ele amava cantar o que fosse.

não vamos cometer erro tão bufo, primário e mouco. por isso mesmo o percy hoje canta a música de outro a quem também tentam impingir a face da condenação de cantar eternamente a mesma música (se não percebe isso, a música e o condenado, não sei o que está fazendo aqui) só para demonstrar que não existe músicos de uma música só. mas sim há música, sempre, em músicos que não se perdem nem se perderam nas falsas notas das pequenas notas para não dizer das notas soltas da pauta.

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